O ambiente de tensão existente entre vendedores ambulantes e os agentes da CCR Metrô, empresa multinacional que explora o serviço metroviário em Salvador, ganhou ares mais harmônicos, no último fim de semana, após intervenção da Prefeitura de Lauro de Freitas, que intermediou intensos diálogos entre as partes.
O conflito entre vendedores ambulantes e a CCR Metrô, havia se intensificado após a publicação dos decretos, estadual e municipal, que estabeleceram limites e restrições de circulação e acesso em ambientes públicos, com objetivo de conter o avanço do COVID-19.
Com a fiscalização mais intensa, alguns conflitos foram registrados, inclusive com a necessidade de interversão da Polícia Militar, que foi chamada duas vezes à estação. Numa dessas incursões, prendeu o líder dos ambulantes, o que rendeu manchetes em veículos de comunicação, tanto na Bahia, como em outros estados. Diante da repercussão, representantes da Secretaria Municipal de Políticas Afirmativas, Direitos Humanos e Promoção da Igualdade Racial – Sepadhir, foram até a estação e mediaram um diálogo entre vendedores ambulantes, funcionários da CCR e Polícia Militar.
No diálogo compreendeu-se, tanto a necessidade do cumprimento das medidas de isolamento e distanciamento social, para evitar novos contágios, quanto a necessidade dos vendedores trabalharem, para levar o alimento para suas casas.
Em parceria com o mandato do vereador Almir Santos, que também participou da mediação, foi realizada uma pequena campanha de arrecadação de alimentos, junto a empresários e donos de mercadinho, que arrecadou cerca de 150 quilos de alimentos, distribuídos entre os ambulantes.
“O pacto que estabelecemos aqui, neste momento, a partir da distribuição dessas cestas básicas, é a condição para que esses trabalhadores e trabalhadoras possam permanecer em suas residências com dignidade e a segurança de que não vai faltar o leite, a farinha, o biscoito e os demais itens básicos para alimentar as suas famílias. Isso é responsabilidade social”. Afirmou Ricardo Andrade, coordenador executivo da Sepadhhir.
Aline Santos, Superintendente de Promoção da Igualdade Racial, que também participou do ato, afirmou saber que uma cesta não resolverá o problema desses ambulantes, mas que ao menos, no fim de semana, no regime lockdown decretado, conseguiu-se manter esses trabalhadores e trabalhadoras em suas casas.
Já o vereador Almir Santos, se comprometeu a ajudar na criação de uma cooperativa de vendedores ambulantes, e com a ferramenta legislativa vai dialogar, tanto com os Governos, Municipal e Estadual, assim como com a CCR Metrô, para firmar convênios e parcerias que dignifiquem a vida dos ambulantes da cidade.
Da redação