Na tarde do último sábado (24), organizações sociais e de luta contra o racismo e o ódio religioso realizaram a 5ª edição do Xirê de Rua, na Praça Desembargador Montenegro, Camaçari, onde cerca de 1000 pessoas adeptas, simpatizantes e curiosos da religião de matriz africana participaram de forma direta e indireta do evento.
O movimento Xirê de Rua, composto por diversas casas de candomblé de Camaçari e outros municípios da Bahia, tem como principal objetivo desmistificar a falsa ideia sobre o que acontece nos terreiros de candomblé.
A partir da música, dança, vestimentas, adereços e da culinária, o Xirê de Rua leva ao público uma demonstração da riqueza contida nos ritos de uma das religiões mais antigas do planeta.
“É muito bom, uma festa como essa, pois a gente passa na frente daquele muro branco com portão de madeira la na rua… ouve o som e fica se perguntando, o que será que acontece lá dentro”? Disse um grupo de adolescentes que contemplava o Xirê pela janela do ônibus que estava parado junto a praça enquanto o trânsito era liberado.
Pai Roberto de Oxossi, babalorixá do Asé Oloòdé Omilolá e importante líder religioso de Camaçari, afirmou a Folha que o debate acerca do combate ao racismo precisa alcançar principalmente àquelas pessoas que porventura nem sabem que são vitimas dele. “Por isso trazemos o Xirê para a Rua, para que as pessoas possam refletir, inclusive sobre o racismo que há dentro de cada um”. Finalizou.
Há para 2019, uma grande expectativa em torno da ação que reunirá o Xirê de Rua e a rede Orooni, numa atividade conjunta estabelecendo um poderoso diálogo entre a Roda de Diálogo e a Roda de Candomblé (Xirê).
Por: Ricardo Andrade