O jovem de 22 anos, Mauricio Barros, diagnosticado com esquizofrenia, corre sérios riscos de ser agredido por moradores do bairro do Picuaia em Lauro de Freitas.
Maurício apresenta um quadro grave de esquizofrenia e vem sendo acompanhado pelo CAPs 2 há cerca de 3 anos. Nas ultimas semanas o quadro se agravou o que o levou a apresentar comportamento violento e agressivo.
Na última segunda feira, 14, um grupo de moradores se dirigiu a casa em que o jovem mora com a mãe, com o intuito de castiga-lo. Maurício quebrou o vidro lateral de um carro e de um caminhão, neste último danificou também os faróis traseiros.
Após muitas negociações e tentativa de explicar o estado de saúde mental do jovem os revoltosos se dissiparam, mas disseram que não mais tolerariam atos semelhantes e aconselharam a mãe a internar o jovem.
Dona Cleidinalva, 47 anos, mãe de Mauricio, vive um verdadeiro calvário. Ela disse que não consegue mais controlar o filho. Afirma que ele se nega a tomar os remédios e quando os toma, parece haver um efeito contrário.
Cleidinalva contou a nossa equipe que o jovem quebrou tudo que ele tinha em casa. Que sai a noite para perambular pelas ruas. “Na madrugada de terça para quarta-feira ele me acordou com os olhos arregalados querendo uma faca. Eu estou muito preocupada”. Contou.
A equipe do Jornal Folha Popular acompanhou um pouco do drama de mãe e filho e constatou que a situação da família requer a integração de um conjunto de políticas públicas que precisam ser implementadas imediatamente.
As condições sociais em que vive esse jovem assemelha-se a de um animal. O quarto que ele dorme não tem porta nem janelas. Não há reboco. O chão é de cascalho batido e não há onde fazer as necessidades fisiológicas. Não há segurança nem proteção contra intemperes.
Segundo a mãe do jovem, quando ele entra no quarto pra comer, os cachorros, gatos e demais animais da rua entram na casa e comem junto com o jovem. Uma situação verdadeiramente calamitosa.
“Não há como uma pessoa se recuperar de um dano ou problema mental num ambiente tão hostil. Remédios, calmantes, soníferos e acompanhamento ambulatorial, não são suficientes. A melhora de um paciente nesse estado, só acontece se um conjunto de ações estiverem integradas”. Afirmou Larissa Santos, estudante de psiquiatria da UFBA.
A socióloga Thifany Odara, afirma que uma tragédia está para acontecer no bairro do Picuaia e que as autoridades de saúde, assistência social, infraestrutura e demais serviços precisam olhar para as pessoas com um olhar mais humanizado.
Por: Ricardo Andrade