O efeito Bolsonaro tem trazido danos à classe média de Lauro de Freitas, que vive numa dicotomia sem precedentes. Essa gente, em sua grande maioria, moradores de Vilas do Atlântico, explora o comércio local e detém boa parte das empresas de prestação de serviços. Essa região da cidade, que concentra boa parte da chamada classe B, é também a região onde, segundo o TSE, Bolsonaro obteve a maior quantidade de votos. É lá, também, que está a maior concentração de seguidores do “mito” Bolsonaro.
Essa mesma gente entrou em pânico na última sexta (27), depois que o Governador da Bahia, Rui Costa, anunciou que usaria as instalações do Hotel Malibu, em Vilas do Atlântico, como local de abrigo para profissionais de saúde, que tenham contraído a Covid-19.
A justificativa para tal esperneio foi o medo de contaminação. Os moradores de Vilas temem que o vírus, nesse caso, mortal, se espalhe e contamine os nobres moradores da região.
Contudo, um dia depois, essa mesma gente organizou um protesto pelas ruas do centro da cidade, pedindo a reabertura do comércio, encorajada pelo presidente que afirma que o vírus, nesse caso, não é de nada e que causa apenas uma gripezinha e um resfriadinho e que a dinâmica da cidade não pode ser abalada.
Ricos e influentes na política, conseguiram impor sua vontade, o projeto de construção do hospital já está descartado, agora devem insistir na luta para reabrir o comércio, para que possam vender mais e lucrar mais e se possível vender álcool em gel em seus estabelecimentos.
Quero terminar esse texto parafraseando um poeta muito conhecido que canta que “a usura dessa gente já virou um aleijão” e com um dito popular que diz que “no dos outros é refresco”.
Por: Ricardo Andrade