A política de segurança pública adotada, tanto pelos governos de direita, quanto de esquerda está falida. O modelo não se sustenta e abre espaço para os mais diversos tipos de atores, que sob justificativa de contribuir com a segurança, só fazem aumentar a violência.
O que está por vir é tão horrendo, que nem ao menos conseguimos mensurar as consequências futuras. A fusão entre traficantes e milicianos dá robustez ao Estado Paralelo e cria um monstro que dificilmente poderá ser combatido. O que acontece no Rio de Janeiro é uma prévia do que será a nova ordem da segurança pública no Brasil. Quando o CV, Comando vermelho, compra, por R$ 3 milhões, um território dominado por milicianos, naturalmente que fica estabelecido qual será a relação entre essas organizações daqui pra frente.
O Efeito dominó, tende a se estender por todo o país. As rebeliões que acontecem nos presídios já é um reflexo dessa nova ordem. “Não foi a primeira nem será a última transação desse tipo. Tráfico e milícia mostram cada vez mais flexibilidade em suas relações, num mercado no qual, como tantos outros, que se autorregula. Na favela do Aço, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, a facção Terceiro Comando Puro contratou milicianos para fazerem segurança – o “job” é pago com 50% do lucro das operações da organização. É verdade que a milícia cresceu muito nos últimos dez anos, com a promessa de combater as drogas e proteger a população local, mas, nos últimos tempos a “gestão” optou por uma aliança estratégica com o narcotráfico (ou seria uma “joint venture”?).
Em Lauro de Freitas, a exemplo de tantas outras cidades do Brasil, o cenário é o mesmo. Há uma correlação de interesses muito grande entres as partes, o que sugere o pacto. Tudo começa com os funcionários públicos, fazendo guarda privada, combatendo ladrões de estabelecimentos comercias, em seu dia de folga. Nesse combate, há sempre espaço para “as conversas”, depois os acordos vão se intensificando e o pacto surge logo em seguida.
Estamos diante da NOVA ORDEM DA SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL, uma associação que se tornará tão poderosa a ponto de deixar o Estado de joelhos e as comunidades muito mais vulneráveis.
Por: Ricardo Andrade