Os dados do documento mostram que o número de pessoas mortas pela polícia no Rio antes das Olimpíadas, entre abril e junho, foi 103% maior do que em 2015, o que testemunha a desvalorização do jovem negro, favelado, e lideranças rurais. Pelo menos 47 representantes foram mortos de janeiro a setembro de 2016. Segundo o comunicado da Anistia, “o Estado brasileiro tem falhado duplamente em seu papel de garantir o direito à vida de todas as pessoas”.
De acordo com Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil, “o que vimos em 2016 foi o desmantelamento de estruturas institucionais e programas que garantiam a proteção a direitos previamente conquistados e a omissão do Estado em relação a temas críticos, como a segurança pública. Nenhuma crise -política, econômica ou institucional, pode ser usada como justificativa para a perda de direitos”, declarou.
Retórica do ódio
Segundo a organização, a eleição do novo presidente americano, em novembro, aconteceu depois de uma “campanha que provocou consternação pelo seu discurso discriminatório, misógino e xenófobo”, que “ilustra a tendência global mais violenta e divisiva de fazer política”.
O relatório cita principalmente a construção do muro na fronteira com o México e a expulsão de imigrantes ilegais. O secretário-geral da AI, Salil Shetty, alertou contra o “risco de efeito dominó”, quando países poderosos, como os Estados Unidos, “retrocedem em seus compromissos com os direitos humanos”.
Filipinas, Turquia e Hungria
Além de Trump, a Anistia criticou o presidente filipino, Rodrigo Duterte, o turco Recep Tayyip Erdogan e o premiê húngaro, Viktor Orban, que “têm uma agenda tóxica que persegue, transforma em bodes expiatórios e desumaniza grupos inteiros de pessoas”.
Fonte: Anistia Internacional