A direção municipal do Partido Socialismo e Liberdade – PSOL, em Lauro de Freitas, tem intensificado as discussões em torno da construção de um projeto político que se afirme mais à esquerda, para a cidade. Os dirigentes do partido julgam necessário um projeto centralizado na confiança, na participação popular e num modelo de desenvolvimento sustentável, saudável e solidário, longe do fisiologismo e dessa busca desenfreada do poder pelo poder, e pela ocupação desordenada de cargos.
O PSOL entende que há em Lauro de Freitas um enorme vácuo nas agendas políticas prioritárias, que historicamente pautaram os governos progressistas no Brasil. As bandeiras históricas de lutas das mulheres, dos negros e negras, dos povos originários, dos povos de comunidades tradicionais, da comunidade lgbt, não conseguiram se fixar nos governos liderados pelo PT, por conta das concessões feitas para garantir a presença em massa de partidos da direita e do campo conservador, justificado apenas pela ocupação de cargos nas estruturas do governo.
O novo presidente do PSOL, Tom Nascimento, afirma que passou todo o mês de novembro e dezembro potencializando as bases. Em conversa com o Folha Popular, Tom afirmou que não considera um projeto para as massas, se as massas não estiverem inseridas no debate. Tom acredita não haver lógica num projeto de esquerda pensado e desenhado num gabinete com ar-condicionado.
“Passamos meses em diálogos nas ocupações do MTST, conversamos com os artistas negros do trap e do hip hop, conversamos com as centenas de mães que tiveram que enterrar seus filhos por conta da violência, dialogamos com as lideranças lgbt e com os povos de terreiro. Temos elementos para pautar um projeto para essa cidade e vamos conversar agora com as forças políticas, considerando a legitimidade de todas elas” Afirmou.
O presidente estadual da sigla, Ronaldo Mansur, disse ao Folha que a definição do apoio por um nome ou outro não é o primeiro passo para a consolidação de um projeto político. Antes da escolha do nome, precisa-se definir qual a cidade que se quer agora e para o futuro e como se dará as relações com os movimentos sociais e com os servidores públicos.
Uilton Reis (Tinho), membro da executiva municipal, afirma que o Psol vai lançar nomes para concorrer às vagas na câmara de vereadores e que não está descartada a apresentação de um projeto que dispute a eleição na vaga majoritária encabeçado por um companheiro ou companheira, que dê rosto a este projeto e carregue as bandeiras que centralizam a luta do partido.