O silencio é quase que absoluto. Tentamos falar com pelo menos cinco lideranças religiosas do campo evangélico de nossa cidade, mas todas se negaram, ao menos a princípio, comentar a condução coercitiva do pastor Silas Malafaia para prestar depoimento à Polícia Federal. Malafaia é alvo da Operação Timóteo, deflagrada na manhã desta sexta-feira (16), pela Polícia Federal. O diretor do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), Marco Antônio Valadares Moreira, e a mulher dele foram presos pela PF.
Segundo a PF, Malafaia teria “emprestado” contas correntes da igreja para ocultar valores desviados em um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral.
Em nota, a Polícia Federal informou que, além das buscas, os 300 policiais federais envolvidos na Operação Timóteo também cumprem, por determinação da Justiça Federal, 29 conduções coercitivas, quatro mandados de prisão preventiva, 12 mandados de prisão temporária, sequestro de três imóveis e bloqueio judicial de valores depositados que podem alcançar R$ 70 milhões.
As ações da PF acontecem nas seguintes unidades da federação: BA, DF, GO, MT, MG, PA, PR, RJ, RS, SC, SE e TO.
O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da Justiça Federal de Brasília, determinou ainda que os municípios se abstenham de realizar quaisquer atos de contratação ou pagamento aos três escritórios de advocacia e consultoria sob investigação.
O nome da operação é referência a uma passagem do livro Timóteo, integrante da Bíblia Cristã: “Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição”.
Se o mandamento “não roubarás” não está sendo seguido à risca por alguns cristãos, um outro mandamento que não está na bíblia prevalece. Não falarás.
Por: Ricardo Andrade