Baiano, jornalista e advogado. Caó começou sua militância política em associação de bairros, depois foi para o movimento estudantil e negro. Durante a ditadura militar ele foi perseguido e preso.
Em uma das conversas que representantes do Coletivo de Entidades Negras/CEN tiveram com ele em sua casa na Federação, Caó dizia que a mãe, a costureira Martinha Oliveira dos Santos, o desencorajou a seguir no movimento estudantil durante a ditadura militar alegando que pelo fato dele ser negro seria o primeiro a ser assassinado pelas forças ditatoriais. Ela afirmava que esse tipo de coisa (militância) não era para preto, pois na hora sempre sobra para gente da nossa cor, já era ousadia demais para a época um negro estar na Faculdade de Direito.
Foi filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT) por onde se elegeu Deputado Federal pelo Rio de Janeiro e também foi Secretário Estadual de Trabalho e Habitação de Leonel Brizola.
Foi autor da Lei 7.437/1985, que mudou o texto da Lei Afonso Arinos de 1951, tornando contravenção penal o preconceito de raça, cor, sexo e estado civil. O texto ficou conhecido como Lei Caó.
Deputado constituinte, apresentou o Projeto 688 que deu origem a Lei 7.716/1989, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor foi responsável pela inclusão na Carta Magna de 1988 do inciso ao Artigo 5º que tornou racismo crime inafiançável e imprescritível regulamentando o texto constitucional determinando prisão para o crime de preconceito e discriminação de raça ou cor.
Dizia “O racismo não desapareceu nem vai desaparecer. Mas a lei pegou, sim. Há hoje na sociedade uma consciência de que racismo é um crime. A sociedade passou a ser menos tolerante, a exigir igualdade e a não aceitar a discriminação. O que faz a lei pegar é a punição.”
Caó presente!