Deddeh Howard usou imagens de campanhas com celebridades como Gigi Hadid, Kendall Jenner e Gisele Bündchen para chamar atenção para a falta de diversidade racial nesse mercado.
A modelo Deddeh Howard encontrou uma forma poderosa de dar destaque à falta de diversidade racial na indústria em que trabalha.
Em colaboração com o fotógrafo Raffael Dickreuter, ela recriou fotografias de campanhas publicitárias recentes em que assume o lugar de modelos brancas famosas, como Kendall Jenner, Gigi Hadid e a brasileira Gisele Bündchen.
O projeto foi chamado de “Black Mirror” (“espelho negro” em inglês), uma alusão ao nome da popular série do serviço de streaming Netflix, mas também porque ela replica exatamente as poses de suas colegas, como se estivessem em um espelho.
“Espero mostrar ao mundo que está na hora de todos nós termos visibilidade”, afirma Deddeh, para quem a iniciativa pode fazer com que “todas as pessoas acreditem em seu próprio potencial”.
Segundo ela, apenas uma pequena parcela das modelos negras consegue furar essa barreira. “Há a Tyra Banks, a Naomi Campbell e talvez a Iman, mas elas são a exceção à regra”, afirmou.
“As meninas negras são quase invisíveis para a indústria da moda. Há umas aqui e ali, mas nunca pareceu ser algo relevante.”
Inspirando a próxima geração
Deddeh argumenta que o mundo moderno não é refletido pelas campanhas publicitárias e diz que a culpa é das grandes empresas de moda.
“Vivemos em um mundo globalizado, com muitos casais interraciais gerando bebês miscigenados”, diz.
“Por que as grandes marcas não abraçam mais nossa diversidade e conferem visibilidade a todos nós?”
A modelo afirma que a foto original e a nova versão são publicadas lado a lado em sua conta no Instagram para mostrar que o mercado tem espaço para todos os tipos de modelos.
Segundo Deddeh, a presença de negros em comerciais e outdoors importa quase tanto quanto ter um presidente como Barack Obama.
“Só conseguiremos inspirar a próxima geração a batalhar por seus sonhos se eles acreditarem que também conseguirão concretizá-los”, diz.
A modelo conta que, com frequência, agências dizem que ela “tem um visual incrível e que gostariam de contratá-la, mas que já têm uma modelo negra”.
“É bizarro quando ouço isso. Parece ser suficiente ter uma ou duas modelos negras no catálogo para representar todas nós.”
Sandra Regina, presidente do Conselho de Promoção da Igualdade Racial de Lauro de Freitas e Conselho da Mulher, ver como ousada e necessária a atitude da modelo Liberiana, mas lamenta que as mulheres negras tenham que se sujeitar a ser espelhos das brancas pra mostrar que são talentosas.
Fonte: G1.com