O ator Lázaro Ramos decidiu recusar a Comenda Abdias do nascimento, conferida anualmente pelo Senado Federal a personalidades que se destacam proteção e promoção da cultura afro-brasileira.
Ele conversou por telefone com o senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da comissão que organiza a entrega das medalhas, e explicou que “neste momento” não se sente “desejoso nem confortável de nenhuma homenagem, em virtude da atual situação do País”.
Lázaro e Paim conversaram na noite da última quinta-feira (3). O ator ressaltou seu respeito pela memória de Abdias Nascimento e pelo trabalho do senador petista. Paim disse que respeita totalmente a atitude do ator. “ A decisão do ator Lázaro Ramos vai ao encontro do pensamento da ampla maioria da nossa população que, com razão, tem sido crítica à atuação da atual classe política brasileira”.
Nesta sexta-feira (4) Lázaro enviou uma comunicação à Comissão da Comenda Abdias do Nascimento formalizando sua recusa à homenagem. Veja a íntegra:
“Abdias do Nascimento foi um homem que estava na trincheira da luta pelos direitos da população negra e menos assistida do país.
Tem uma história de luta que é referência para todos nós que queremos um país mais igualitário. Neste momento não me sinto confortável e nem desejoso de nenhuma homenagem pois acho que o momento do país é de conscientização, de organização para compreender em que momento histórico estamos e quais passos precisamos dar para fazer com que a tão sonhada igualdade aconteça um dia de verdade. Então, por esse motivo, recuso essa homenagem na esperança de que tenhamos consciência de que o importante não é o aplauso pelo que foi feito e sim o próximo passo a ser dado”.
Lázaro Ramos
A atitude de Lázaro Ramos agradou os movimentos socais e militantes da luta racial. Seu Nilton, membro do Conselho de Promoção da Igualdade Racial de Lauro de Freitas, se diz contemplado com a atitude do ator baiano e concorda com a ideia de que não há o que comemorar nessa conjuntura política que estamos atravessando. Seu Nilton afirma que o momento é de Luta.
Fonte: PT no Senado