A declaração de apoio do líder espiritual da Igreja Universal, Edir Macedo, ao presidenciável Bolsonaro (PSL), caiu como um ingrediente inesperado na atribulada receita de “bolo” que determinará a composição da nova mesa diretora da Câmara Municipal de Lauro de Freitas.
O Vereador Edilson Ferreira (PRB), eleito pela igreja, foi o mais votado em 2016. Obteve 2672 votos e vem mantendo essa pole position nos últimos três pleitos. Sabedor da sua influência na cidade por meio do empreendimento de Edir Macedo, o edil já deu sinais de que pretende assumir a presidência da casa legislativa. “Eu estou esperando a minha vez”. Disse ele durante sessão ordinária.
Mas o apoio do patrão do edil a Bolsonaro acabou favorecendo os planos da prefeita Moema de reeleger a atual presidente Naide Brito. O voto da igreja a favor de Bolsonaro não será tolerado por Moema, que já mostrou que é uma prefeita militante. Não hesita, nem mesmo de se expor, em debates virtuais com desconhecidos eleitores do presidenciável que disputa a vaga com seu correligionário.
Vereadores acreditam que a chefe do executivo não irá facilitar a condução de um Bolsonarista à presidência da casa. Contudo, o que poderia soar como uma solução, pode ser o início de mais problemas para a gestora.
A candidata preferencial de Moema, Naide Brito, não goza da simpatia da maioria dos vereadores. Se em condições normais o governo teria que “investir” muito para sua reeleição, imaginemos o quanto será complexo a recondução da edil, considerando a necessidade de mudança na Lei Orgânica do município, tendo em vista que é preciso de 12 votos em um colegiado de 17 vereadores.
Naide está no último ano do seu mandato, mas há especulações de que a prefeita orientou a base governista a propor e aprovar uma mudança Lei Orgânica que garanta a reeleição da vereadora.
Se isso acontecer, será a segunda alteração regimental proposta por Moema à casa legislativa. Em 2012 os vereadores aprovaram a ampliação do tempo do mandato de 1 para 2 anos, o que favoreceu o vereador Rosalvo, presidente na época e frustrou os planos de Lula Maciel (PT).
A oposição já se posiciona radicalmente contra qualquer possibilidade de mudança nas regras e diz que esse será o momento da casa legislativa, provar para a sociedade ipitanguense, que não é uma extensão do executivo.
Por fim e ao que parece, a temperatura do forno vai aumentar e esse “bolo” além de muito caro, pode ser bastante indigesto.
Por: Ricardo Andrade